quinta-feira, 21 de abril de 2011

Rios que alimentam o Pantanal podem ganhar 62 novas hidrelétricas


Do Globo Natureza, com informações do Jornal Nacional
Queimadas, exploração agropecuária desordenada, pesca predatória - essas ameaças ao ecossistema do Pantanal são conhecidas. Hoje, no entanto, ambientalistas apontam para um problema novo: a construção de hidrelétricas na região.
As usinas tiram proveito da queda natural entre o Planalto Central do Brasil e a planície onde fica o Pantanal. Hoje já existem 37 barragens em rios que alimentam a região e mais 62 hidrelétricas estão em construção ou em estudos. Quase todas são pequenas centrais que produzem pouca energia.
O pesquisador Paulo Petry, de uma entidade internacional de proteção do meio ambiente, diz que as usinas alteram o regime anual de cheias e secas que é responsável pela biodiversidade do Pantanal. Ele compara os barramentos a coágulos na circulação sanguínea de uma pessoa.
Pesca afetada
O município de Barão do Melgaço já foi um dos maiores produtores de peixe de água doce do Pantanal. Os pescadores das margens do Rio Cuiabá tiravam os pintados, os pacus, que eram vendidos em vários estados do brasil. Já não é assim. Muita coisa mudou por aqui.
Os pescadores são unânimes: a construção de uma barragem rio acima provocou uma queda drástica na quantidade de peixes.
Eles não estão conseguindo mais chegar aonde eles chegavam antes e a água não tem mais as mesmas características quando eles sobem os rios. isso dificulta o processo de reprodução deles.
As secretarias de Meio Ambiente de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, responsáveis pela aprovação de quase todas as usinas da região, negam a existência de um grande impacto ambiental. E não pretendem barrar o plano de expansão das hidrelétricas.
“Nós precisamos de estudos cientificos, de algo concreto a fim de que possamos mudar procedimento, mudar os nossos roteiros e acompanhar como esta se desenvolvendo toda utilizaçao desta regiao do pantanal”, diz o secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso, Alexander Maia.
“Até o momento, não existe nenhum estudo que indique enfim alguma coisa de alto risco, ou coisa que o valha”, afirma o secretário de Meio Ambiente de Mato grossso do Sul, Carlos Alberto Said Menezes.
Cachoeira
As usinas também são acusadas de destruir belezas naturais.
A cachoeira Sumidouro do Rio Correntes já foi a maior atração turística da cidade de Sonora. Mas a barragem Ponte de Pedra desviou 70% do volume de água para as comportas. Com apenas 30%, o lugar ainda é bonito, mas perdeu a antiga força natural que maravilhava os turistas que vinham de longe para conhecer este lugar.
“Foi discutido na época do projeto, todos sabiam que ia perder essa beleza natural, infelizmente é o preço que temos que pagar. Você nao consegue gerar energia eletrica se não aproveitar essa queda natural que existe”, diz o gerente de Meio Ambiente da usina, José Lourival Magri.

sábado, 2 de abril de 2011

Efeito do tsunami no Japão provoca diminuição da vida animal


Os prejuízos causados pelo recente tsunami do Japão à vida animal não se restringiram ao país. Milhares de albatrozes, peixes e outras espécies ameaçadas foram mortos após a onda atingir o atol de Midway, no noroeste do Havaí. Mas enquanto operações de resgate se iniciam em santuários remotos, como no caso dos atóis, a situação no Japão é mais grave. Veterinários de diversos zoológicos do país relataram falta de gás, combustível para aquecedores, comida e água potável para os animais, e alguns consideram a transferência de suas espécies de mamíferos marinhos para outras regiões menos afetadas.
Os animais que estavam fora dos zoológicos, porém, não tiveram a oportunidade de serem salvos. "A maioria dos animais terrestres que viviam nas áreas alagadas morreram afogados devido ao volume e à velocidade com a qual a água invadiu o continente", diz o professor do Departamento de Biodiversidade e Ecologia da Faculdade de Biociências da PUCRS, Júlio César Bicca-Marques.
O biólogo aponta os detritos e destroços que contaminaram o mar após a destruição de casas, carros e barcos como uma das grandes ameaças às espécies do local. "Os destroços aumentarão a poluição, e desta forma, poderão comprometer a sobrevivência dos seres vivos marinhos, especialmente aqueles que vivem na região próxima à costa", explica.
Conforme Bicca-Marques, outra séria consequência de eventos nos quais o mar alaga grandes extensões do ambiente terrestre é a salinização de reservatórios de água doce e o transbordo da rede de esgotos. "O transbordo reduz a qualidade e a disponibilidade de água potável ao contaminá-la com agentes patogênicos, aumentando a incidência de doenças em seres humanos e outros animais. Assim, a água que invadiu a terra retorna para o mar contaminada, contribuindo ainda mais com a poluição do ambiente marinho", diz o especialista.
Especulações dos cientistas
A real extensão dos danos à vida selvagem ainda vai demorar a ser revelada. Com base em estudos sobre as consequências do terremoto ocorrido na costa da Sumatra em 2004, cientistas especulam que sistemas de corais sejam bastante atingidos no ambiente marinho. Nas áreas terrestres, as regiões de serviam de fonte de alimento e que foram soterradas por areia podem nunca se recuperar, enquanto outras podem voltar ao normal conforme o fluxo de chuva.

Mas diferente de 2004, o tsunami do Japão ainda provocou o vazamento da usina nuclear de Fukushima, e frente à radioatividade, os animais estão expostos aos mesmos riscos que os humanos. "Os riscos da radioatividade para os animais são os mesmos que são conhecidos para nós: câncer, doenças hereditárias, comprometimento do funcionamento de órgãos e tecidos, malformação fetal, esterilidade, cataratas e problemas de pele", aponta o biólogo.
Como os humanos se alimentam de produtos de origem animal, a população das áreas próximas à usina de Fukushima foi orientada a evitar o consumo de leite e peixes. Em documento oficial, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmam que a radioatividade foi detectada em alimentos que apresentavam nível de iodo radioativo acima dos limites regulamentados no país, e com menores concentrações de césio.
Fazendeiros foram aconselhados à proteger seus rebanhos com lonas de plástico impermeáveis, enquanto exames frequentes avaliam a saúde de animais domésticos que estão em abrigos, junto dos seus donos. Mesmo assim, a diminuição da vida animal, seja ela de aves, peixes ou animais terrestres, é inevitável.
"Não há dúvida. Todas as consequências do tsunami e do vazamento de material radioativo provocaram, e continuarão provocando, uma diminuição significativa nas populações da maioria dos animais das áreas atingidas, seja pela morte de indivíduos adultos e jovens, seja pelo comprometimento do processo reprodutivo das espécies, através da destruição de ovos, por exemplo, além da devastação de áreas de procriação e redução da disponibilidade de alimento decorrente da destruição dos habitats e poluição", diz Bicca-Marques.
Fonte: www.terra.com.br


sexta-feira, 1 de abril de 2011

Ibama apreende mais de 120 animais silvestres no Norte da Bahia

Três homens foram presos por caçar em área de preservação. Um papagaio e um macaco-prego foram entregues voluntariamente.
Foram apreendidos 126 animais silvestres durante a operação Arara Azul, realizada entre 24 e 29 de março, por fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no norte da Bahia. No total, 111 pássaros, três cotias e 12 tatus foram levados para a sede do instituto. Além disso, segundo Roberto Capparelle, fiscal e analista do Ibama, foram feitas entregas voluntárias de um papagaio e de um macaco-prego.
Pássaros apreendidos na Bahia. Foto: Divulgação/Ibama
As apreensões foram feitas nos municípios de Canudos, Jeremoabo e Paulo Afonso. Segundo o Ibama, alguns animais foram soltos, e cerca de 50 pássaros permanecem no órgão, em Juazeiro. Os fiscais também apreenderam moto serras, armas e espingardas, facas e facões.
Na região do Raso da Catarina, em Paulo Afonso, três caçadores foram presos. Eles pagaram fiança de um salário mínimo e foram liberados, mas devem responder criminalmente por caçar em área proibida.
Fonte: G1

PF prende 11 pessoas durante operação contra tráfico de animais silvestres.

A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta quinta-feira (31), 11 pessoas suspeitas de tráfico de animais silvestres, incluindo espécies em extinção. Das prisões, sete foram efetuadas no Estado de São Paulo. Ao todo, foram expedidos 13 mandados de prisão temporária e 16 de busca e apreensão.
Além de São Paulo, a quadrilha tem atuação em Mato Grosso do Sul e no Pará. Segundo a PF, as investigações tiveram início em outubro de 2010, após a polícia descobrir um grupo que traficava animais como arara-canindé, papagaios-verdadeiros, tucanos, pássaros-preto, coleiras-do-brejo. A estrutura organizacional da quadrilha – com logística de captura, transporte, cativeiro e revenda – impressionou a polícia.
Em 18 de novembro, a PF solicitou o auxílio da Polícia Militar Ambiental, que apreendeu 107 filhotes de aves silvestres em poder de quatro pessoas. Elas faziam o transporte dos animais capturados na região de Anaurilândia (MS) para Araras, no interior de SP. As prisões ocorreram em uma pousada às margens do rio Paraná.
Em janeiro deste ano, outros 47 filhotes de aves ameaçadas de extinção foram localizados. Eles estavam sendo transportadas por dois integrantes do grupo para um cativeiro localizado na cidade de Guarulhos, Grande SP.
Os presos deve ser indiciados com base na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9605/98) por tráfico de animais silvestres e maus-tratos contra animais (pena de 1 a 3 anos), além de formação de quadrilha (pena de 1 a 3 anos).
A ação, que conta com cerca de 70 policiais da Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais e Contra o Patrimônio Histórico (DELEMAPH), da PF, recebeu o nome de Acamatanga, já que é por este nome que são conhecidos os papagaios-verdadeiros.